capítulo seis: o uso dos materiais

materiais: a madeira
pesquisa
faça uma pesquisa das peças produzidas em sua comunidade que se utilizam da madeira (cachimbos, lanças, arco e flecha, bancos, esculturas, canoas, remos, tear etc);
procure explicar como são feitos e o uso que é feito de cada uma dessas peças;


tamakore e kerak
kerak convidou tamakore pra buscar a zarabatana; quando chegaram no pé de pupunha braba, que é de onde se faz a zarabatana, tamakore bateu na árvore virado de costas, com a sola do pé, e, de dentro da árvore, saíram três zarabatanas; chegando em outro pé de pupunha braba, tamakore bateu de novo e caíram mais três zarabatanas; eram três para tamakore e três pra kerak; iam andando na mata conversando, e kerak disse que sabia fazer aquilo também; tamakore disse pra ele não fazer, que ele não sabia; quando encontraram outra pupunha braba, kerak foi fazer a mesma coisa, e encheu o com os espinhos da pupunheira; tamakore falou: agora kerak não vai ser mais assim, quando o pessoal precisar, vai ter que fazer zarabatana;
fonte: labiak, araci; frutos do céu, frutos da terra: 160




atividade
escreva sobre o uso das armas indígenas pelos povos indígenas e em sua comunidade (caça, pesca, guerra, proteção etc)
estabeleça uma comparação entre as armas produzidas pelos povos indígenas e as armas do homem ocidental;


assim, todos os povos tradicionais, na medida em que têm de firmar um pacto (implícito ou explícito) sobre
a forma futura de uso de seu território,
são sempre neo-tradicionais;

manela carneiro da cunha, entrevista

escreva algumas linhas relacionando as práticas culturais com a gestão territorial em sua comunidade;



lembre-se
registre em seu diário o que aconteceu durante a atividade
registre também de que modo você desenvolveu a atividade

cestaria

A cestaria diz respeito ao conhecimento tecnológico, à adaptação ecológica e à cosmologia, forma de concepção do mundo de cada sociedade. O conjunto de objetos incorporados à vivência de uma determinada sociedade indígena expressa concretamente significados e concepções daquela sociedade, bem como a representa e a identifica. Enquanto arte, em cada peça produzida existe também uma preocupação estética, identificando o artesão que a produziu e aquela sociedade da qual ela é cultura material.
Para uso e conforto doméstico, podem-se citar os cestos-coadores, que se destinam a filtrar líquidos; os cestos-tamises, que se destinam a peneirar a farinha e os cestos-recipientes, que se destinam a receber um conteúdo sólido ou armazená-lo, sendo também utilizados para a caça e a pesca, para o processamento da mandioca, para o transporte e para a guarda de objetos rituais, mágicos e lúdicos.
Os cestos cargueiros, como diz o nome, destinados ao transporte de cargas, apresentam uma alça para pendurar na testa e têm o formato paneiriforme, com base retangular e borda redonda, sendo conhecido pelo nome de aturá. Também são muito utilizados os cestos-cargueiros de três lados, jamaxim, que dispõem de duas alças para carregar às costas, tipo mochila. Em geral, esse cesto suporta até dez quilos de mandioca.
Em algumas sociedades indígenas, a confecção dos cestos é tarefa, exclusivamente feminina e, em outras, masculina; sua utilização, essencialmente, feminina.
Para os Wayana e Apalaí, que vivem no norte do Pará, na região do Tumucumaque, são somente os homens que, na divisão social e sexual do trabalho, devem confeccionar os cestos feitos de fasquias do arbusto arumã. Cabendo às mulheres sua utilização nas tarefas domésticas, na colheita e transporte de alimentos da roça para a aldeia e na pesca.
O cesto-recipiente de uso mais comum entre as mulheres wayana é denominado poraxi e serve para guardar algodão, miçangas, novelos, agulhas, tesouras e objetos diversos. Somente os homens, e de forma estritamente individual, utilizam um cesto comprido com alça de algodão e tampa encaixante denominado pakará. É feito de folha de palmeira e se destina a armazenar pequenas facas, algodão, remédios, miçangas, agulhas , penas de mutum para flechas e diversos objetos do universo masculino. Segundo a tradição Wayana, quando um artesão morre, todos os seus pertences devem ser jogados fora, queimados ou enterrados com ele. O pakará é o único bem que um filho pode herdar de seu pai morto.
fonte: site do museu do índio



pesquisa
a partir dos textos sobre cestaria, desenvolva uma pesquisa semelhante sobre a cestaria que é feita em sua comunidade (material, uso, significado etc);


artesanato de algodão

artesanato de algodão é um dos artigos feitos pelas mulheres índias; só que existe um pouco de diferença do tecido de cada nação; o algodão é uma planta de roçado que, para o índio, tem um grande valor; além da roça da banana e de várias sementes que o índio planta no roçado dele, o algodão para nós, índios, tem o maior valor, porque, com ele, se faz sete tipos de artesanatos, com vários nomes, feitos pelas índias;
na língua indígena nós chamamos rede de disi; esse produto é o mais importante, pois toda a comunidade usa a rede, nós dormimos em redes;
agostinho manduca kaxinawá, 1985
fonte: índios no acre, história e organização: cpi/opiac: 2002




pesquisa
desenvolva uma pesquisa sobre o processo de confecção de tecidos em algodão, incluindo a fase de plantio, os mitos, a produção e operação do tear, as técnicas de confecção, os kenes;



construções tradicionais

pesquisa
faça um levantamento das construções que existem hoje na comunidade (quem faz, quantos fazem, como fazem, que material usam);
compare com as construções do tempo dos anciões da comunidade (quem fazia, quantos faziam, como faziam, que material usavam);